terça-feira, 11 de agosto de 2009

O borrão

Me afasto de tudo que prende.
Derrubo a construção rochosa que formei como escudo
E tenho minha força e fúria restauradas.
Assim corro a seu encalço
Arranco o teu eu, pois nego-me a ver o meu julgado por ti.

Sendo que todo culpado é quem não sou.
Sei que sou apenas uma, entre tantos que não são.

Isso deixo bem claro que por opção, sendo que essa é a única em ser.
Se não desejasse saber mais do que posso, do que sinto, penso ou possuo.

Desejaria ser tão obscura que apagasse todo querer.
Me nego a seus pedidos por mim.

Sendo que estes são inúteis se ignorada a solução.
Só me fazem indefesa ao desejo de crescer mais rápido só que já forjei.

Me consome e espreme.
Enquanto apago o pouco tempo em que vivi.

Me repudio por não ser tão corajosa.
Sendo que ainda não me amo o bastante.

Pra quando fujo em meu mundo inventado.
Acabar com esse doloroso passar de tempo.
Escolhendo a solidão a ter de mudar de assunto.
Enquanto borro minha alma.
Com o sangue que deveria ter derramado.

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